Algas podem combater até 90% das células cancerígenas

Cientistas conseguiram programar células de algas por meio da engenharia genética para que estas matem mais de 90% das células cancerígenas, em laboratório, livrando as saudáveis de efeitos colaterais. O tratamento está sendo testado em organismos vivos – ratos – e não apresenta, até o momento, nenhum dano colateral.

 

A pesquisa é baseada em nanopartículas para “entregar” as drogas aos pacientes, e a forma eficiente encontrada foi utilizar partículas porosas de sílicas dentro do corpo para atacar as células do tumor. Todavia, produzir este tipo de nanopartículas é caro e requer produtos químicos perigosos, como o ácido hidrofluorídrico.

A equipe australiana e alemã que coordenou o projeto conseguiu modificar geneticamente algumas diatomáceas (tipos de algas) que conseguem sintetizar essa nanopartícula.

As diatomáceas compreendem um grande grupo de algas microscópicas unicelulares cuja parede celular é composta de sílica. Estas algas tem apenas de quatro a seis micrômetros de diâmetro, sendo mais de dez vezes menor do que a largura de um cabelo humano.

 

“Por meio da engenharia genética nessas diatomáceas – pequenas, unicelulares e fotossintetizantes – somos capazes de produzir uma proteína na superfície da “casca” dessa alga.” Afirma Nico Voelcker, que é expert em nanomedicina e primeiro autor do trabalho, que foi publicado na Nature Communications.

A biossílica da diatomácea atende aos critérios exigidos pela pesquisa, e necessita apenas de água e luz para crescer. Escolhendo o certo anticorpo, as nanopartículas podem ser direcionadas diretamente às células cancerígenas apenas.

A equipe “recheou” as diatomáceas com medicamentos e testaram a nanopartícula de sílica produzida por ela, em uma célula cancerígena.

As algas não apenas mataram 90% de todas as células cancerígenas in vitro, como também reduziram o crescimento do tumor em ratos, com apenas uma dose injetada.

Além disso, os ratos não apresentaram nenhum dano colateral esperado em uma quimioterapia, como a perda de pelos por exemplo, e foi analisado que a diatomácea foi degradada naturalmente pelo organismo do rato sem deixar nenhum dano.

A equipe de pesquisadores acredita que essa técnica apresente um grande potencial para a nanomedicina.

 

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