O professor Otto Bismarck Fazzano Gadig, do Câmpus do Litoral Paulista da Unesp de São Vicente, juntamente com mais dois pesquisadores, Karla Soares, do Instituto de Biociências da USP e Ulisses L. Gomes, do Instituto de Biologia da UERJ, publicaram na conceituada revista ZOOTAXA, a descoberta de uma nova espécie de tubarão do litoral brasileiro, habitante de grandes profundidades.
O animal, batizado de Scyliorhinus ugoi em homenagem à Ugo Gomes, filho de um dos autores da pesquisa (Ulisses Gomes), é uma espécie da família dos chamados tubarões-gato, por apresentarem os olhos alongados e esverdeados como o de gatos e foi encontrado desde o Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro, em profundidades de aproximadamente 500 metros. Não crescem muito, os maiores espécimes adultos examinados atingem cerca de 65 cm de comprimento. Vice próximo do fundo, onde se alimenta de pequenos invertebrados e peixes.
A importância dessa descoberta está em revelar a grande biodiversidade brasileira de elasmobrânquios (nome técnico dos tubarões e raias), com quase 200 espécies conhecidas e entre as cinco mais ricas faunas do mundo. Neste século, exceto pela Austrália, o Brasil foi um dos países com maior número de espécies novas de tubarões e raias descobertas. O próprio prof. Otto já havia descoberto duas outras novas espécies de raias antes deste tubarão.
O Laboratório de Pesquisas de Elasmobrânquios da Unesp de São Vicente, coordenado pelo prof. Otto, atua em várias linhas de pesquisa com tubarões e raias, abordando desde estudos sobre sua biologia e história natural, anatomia, genética, taxonomia, aspectos pesqueiros e conservação. É um dos maiores laboratórios deste tipo do pais.