O novo fóssil, chamado Tetrapodophis amplectus, foi encontrado no Ceará. Mas a parte mais intrigante da história é que essa serpente pré-histórica também tinha quatro patas com cinco dedos em cada uma! Cientistas já encontraram mundo afora alguns fósseis de serpentes com membros posteriores, mas esta é a primeira vez que uma serpente com “braços” é descoberta.
A Tetrapodophis nos ajuda a entender melhor como as serpentes surgiram. Ao comparar os ossos do crânio dos fósseis mais antigos de serpentes com os das espécies que vivem hoje, temos fortes indícios de que elas descendem de um grupo de lagartos que passou a viver em tocas e no subsolo.
Com o passar do tempo evolutivo e uma adaptação ao ambiente em que viviam, os descendentes desses lagartos ficaram com o corpo cada vez mais comprido e os membros mais curtos – e se tornaram serpentes da forma como as classificamos hoje. Após mais alguns milhares (ou milhões) de anos, os braços, e depois as pernas das serpentes deixaram de se desenvolver.
Hoje, existem mais de 3 mil espécies de serpentes no mundo, quase 400 no Brasil. Mas, nenhuma possui pernas, muito menos braços, como a Tetrapodophis. No máximo, algumas espécies, como a jiboia, possuem uma pequena garra perto da cloaca – um vestígio de um tempo antigo, de quando os dinossauros ainda caminhavam sobre a Terra e as serpentes tinham quatro patas.